TESTE

Torcida Desorganizada

Se tem uma torcida de futebol no mundo que não é violenta, é a Avacoelhada , a torcida desorganizada do América-MG.

Não é que eles sejam contra a violência, é que os torcedores ainda são os mesmos desde a fundação do time:

Avacoelhada jovem em mil novecentos e refrigerante de rolha



Avacoelhada nada jovem nos tempos atuais


Reparem que rola até churrasquinho na arquibancada.Os tiozões deveriam pelo menos ganhar um prêmio de 'Torcida da paz', já que o ânimo, não parece ser a vibe deles.

Falta de título e/ou Viagra

Fuck Folk Funk

Não bastava padrasto,tio,vizinho e até padre pedófilo, agora não se pode confiar nem nos músicos!
Gente,prestenção: Mallu -Mala- Magalhães e Marcelo Camelo. Juntos.
J-U-N-T-O-S!

Eles tão dando um chute na bunda dos conservadores e um soco no estômago dos enrustidos musicais.
Tão aí provando que também curtem um bom funk, quem sabe não farão o clipe do hit do Claudinho e Buchecha?


Os teus cabelos cobriam os lábios teus
Não permitindo encontrar os meus.
E você é baixinha, gatinha eu vou parar
Mas tudo isso porque eu me sinto coroão.
Tu tens apenas metade da minha ilusão.
Seus doze aninhos permitem somente um olhar.
Nosso sonho não vai terminar.Desse jeito que você faz.
Se o destino adjudicar esse amor poderá ser capaz.



Quando Camelo conseguiu usar a palavra 'adjudicar' em suas musicas?Nunquinha.
Isso que é poesia!



Para ler ouvindo: Nosso Sonho _ Claudinho e Buchecha

Peguem os chicotes!

Voltarei a atualizar aqui, na velocidade que todos conhecem.
E não reclame desse template horrivel, eu vou trocar assim que tiver paciência.


Eu estava vendo o jornal essa semana quando começou a falar sobre uma operação da polícia pra desmanchar uma rede de contrabando de combustível.
Galão de gasolina pra lá, policial pra cá, e eis que a repórter diz:
-A operação foi batizada ‘Seringueira’, pois investiga as borracharias do estado, onde são armazenados os combustíveis e bla bla bla bla’
Depois disso já não prestei mais atenção e mergulhei nos meus pensamentos.
Quem será que escolhe os nomes das operações?Será que os policiais se reúnem num brainstorm pra definir? Ficam horas na sala de reuniões dando sugestões e depois cada um faz a sua defesa e o mais consistente é escolhido? Fazem uma eleição entre os oficiais?
É “Operação Iscariotes’ pra prender envolvido com desvio de dinheiro; ‘Operação Higia’ contra fraude em licitação (essa foi baseada na Mitologia Grega); mas o que mais me deixou estarrecida foi a ‘Operação Timbalada’, que teve que mudar de nome depois que aquela banda de axé baiano entrou com pedido na justiça pra mudarem, já que a banda não tinha nenhum envolvimento com a operação.A justificativa da policia foi que "Timbalada é uma dança de um grande número de pessoas numa mesma oportunidade, como aconteceu com os criminosos que, na linguagem policialesca, dançaram naquela oportunidade".Beeela explicação, senhores, mas no fim, mudaram o nome da operação pra ‘Operação Centro-Oeste de Minas’, que convenhamos, é bem menos criativa.
Como se não bastasse os milhões de profissionais de criação de Publicidade se cotovelando por aí, agora os policiais tão querendo se meter também.
Se bobear no fim do ano deve rolar até Cannes no batalhão, com direito a troféu e tudo.

The Vain


Era só mais uma quinta-feira sozinha em casa, vendo tv e comendo o que ainda restava na geladeira.Não restava muito,era fim de mês e ela estava vão vazia quanto meu saldo bancário.Era também dia de blues e jazz num bar ali perto, onde costuma freqüentar as mesmas tristes e entediantes figuras todas as noites.

Vesti um vestido preto tão apertado que me fez agradecer por só beber água nos últimos 5 dias, um sobretudo de couro e minha famosa bota de cano alto.Os vizinhos sabiam de cor o som dos meus passos incertos no corredor chegando de mais uma noite regada a gim. Nas suas camas, todos sonhavam secretamente em me amparar no elevador e serem convidados pra uma inesquecível noite com vinho, suor e sexo. Eu nunca dei essa chance pra nenhum deles, mas sentia seus olhos me despindo cada vez que cruzavam comigo no saguão. Não valiam à pena.

Conferi mais uma vez como eu estava no espelho. O cabelo caindo no ombro brilhava na luz em tons acobreados. Meu corpo permanecia o mesmo de anos. Ninguém poderia dizer que estava pra completar 32 anos. No máximo diriam 26.

Como eu disse, era só mais uma noite de blues e jazz no Vain.Tranquei a porta e atravessei o corredor pisando firme e ecoando pelo ar o som dos saltos no mármore gelado. Chamei pelo elevador e antes que ele chegasse, o vizinho dos 43 apareceu ao meu lado ofegante e vestindo o costumeiro moletom de caminhada.

Fazia um frio incomum na cidade e desejei ter vestido uma meia calça mais grossa. Desci pelo elevador com o rapaz, apenas murmurando como resposta às inúteis observações climáticas dele.O porteiro disse algo que eu não entendi bem. Algo relacionado a gás e correspondência, mas não prestei muita atenção. Fiz um aceno indecifrável e corri para a rua. Ah, o vento gelado!Ele soprava minha nuca e subia pelas minhas pernas, me fazendo arrepiar até a alma. Agora desejei também não ter usado este estúpido vestido fino.


No Vain a atmosfera sempre é mais acolhedora. Com o aquecedor ligado e meu gim tradicionalmente servido no balcão às 23:30h, sinto que a noite pode ficar um pouco melhor. Raimundo era um negro alto, calado e sempre sorridente. Era também meu garçom favorito e sempre tinha algo interessante a dizer.

-Boa noite, branca.

-Um tanto o quanto fria, não?!

-É pra isso que serve o seu gim.

Virei meu copo e me dirigi ao camarim. Ao entrar me deparei com a imagem do jovem rapaz de cabelos pretos, olhar profundo e um perfume que inebriava toda a sala e fazia meu estomago girar e ficar prestes a pular pela garganta.Ele limpava seu saxofone com empenho exemplar.Como se namorasse o instrumento, ia deslizando a flanela pelo metal dourado que refletia seus olhos negros e o apertava lentamente contra o corpo.

-Boa noite, Linda. –e sorriu.

-Ainda está para ficar.

-Planos pra hoje?

-Os melhores. – e sorri.

-Divida-os comigo. Prometo fazer tua noite melhor que você possa esperar.

-De você nunca espero só o melhor. Está sempre me surpreendendo.

Acendi o cigarro e saí do camarim enquanto Renato ainda polia seu saxofone, agora me olhando com um sorriso divertido. Fui até o palco e observei o lugar.

The Vain continuava o mesmo há tantos anos quanto eu me recordava.Logo na entrada o clima boêmio se insinuava com a visão do bar. Todo revestido em madeira, possuía nas prateleiras centenas de garrafas, taças e copos que brilhavam refletindo nos quadros e pinturas de grandes artistas pendurados nas paredes. As mesas de metal escuro se espalhavam pelo pequeno salão e ao fundo um pequeno e baixo palco se mostrava iluminado apenas por um fraco refletor. Um piano, um microfone, um banquinho e nada mais. Todo o lugar era encoberto por uma atmosfera aconchegante, ébria e nostálgica, fosse pela fumaça que circulava pelas mesas ou pelos olhares que circulavam através da fraca luz.O Vain era um local para lembrar momentos ouvindo uma boa musica ou simplesmente beber até esquecê-los. A segunda opção era a mais comum.

Voltei-me novamente ao palco e subi. Renato já estava sentado em um baquinho com seu sax reluzente e olhando para o chão, como se tivesse perdido ali algo. Sentei-me no banquinho do piano, ajeitei o cigarro entre os dedos e cruzei as pernas. Levantei os olhos e olhei ao redor. Na maioria das mesas se sentavam as mesmas pessoas de sempre, embora esta noite houvesse um numero considerável de novos rostos.E era para estes rostos que eu falei, quase sussurrando:

-Boa noite, nobres, novas e conhecidas almas. Meu amigo aqui do sax, Sr. Renato –lhe fiz uma reverencia- prometeu que me surpreenderia esta noite. Vamos ver o que ele tem a nos oferecer.

Virei-me para o jovem e belo rapaz e esperei que ele iniciasse a música. Era assim que fazíamos todas as quintas, uma surpresa para mim e para o público. Me deleitava com o prazer das primeiras notas tocadas perfeitamente por ele, enquanto eu buscava reconhece-las de algum lugar do passado.É claro que com o tempo eu já estava acostumada e as reconhecia facilmente, mas Renato sempre me surpreendia.

Cinco notas.

Fazia um frio cortante, por isso agradeci o convite de dar uma volta pela cidade com Eduardo. Depois de horas rodando sem rumo exato, paramos no mirante para observar a vista.


A cidade iluminada por todas as sua luzes tornava a noite incrivelmente linda.Um arrepio percorreu minha espinha,mas desta vez não foi pelo frio.Era algo além do físico.Era a ansiedade, a esperança e principalmente o medo do que estava por vir.

Eduardo percebeu que eu tremia e passou a mão pelos meus ombros, me abraçando forte e me aquecendo, até que eu me senti segura o suficiente para lhe olhar nos olhos e dizer o que havia ensaiado toda a semana.

-Estou indo embora.

-Agora?Mas acabamos de chegar, eu...

E parou. Olhou nos meus olhos e percebeu que eu não me referia àquele lugar, àquele momento. Eu estava indo embora de casa,da cidade e da vida dele.

-Existe algo que eu possa fazer pra você ficar?

-Infelizmente não.

Três notas tocaram no rádio do carro. Duas lágrimas escorreram no meu rosto, disputando entre si qual molharia primeiro o meu peito.

Mais duas notas tocaram no rádio.

Senti novamente o calor do Vain e antes que me desse conta, estava enchendo os pulmões de ar e soltando-o pausadamente enquanto começava a cantar, o mais suave possível, Ella Fitzgerald.

Blue moon

You saw me standing alone

Without a dream in my heart

Without a love of my own

Blue moonYou know just what I was there for

You heard me saying a prayer for

Someone I really could care for...







E a noite só estava começando.

De blue jeans.Ele estava assim e apareceu pra mim de blue jeans.




Era uma quarta-feira quente de verão. Uma brisa leve entrava pela janela, aliviando o calor e o transito fluía lento. No meu fone eu ouvia Beach Boys, e creio que até a moça da frente ouvia também, pois o volume não estava muito baixo.Eu me distraí, eu confesso.
Foi o dia que eu me perdi.

Quando abri meus olhos, achei que ainda estivesse dormindo no transito, mas o arrepio que percorreu a minha espinha provou que eu estava bem acordada.
Um par de olhos azuis me fitava maliciosamente, como se me despisse e estivesse prestes a me engolir ali mesmo.Mergulhei numa vertigem louca e desejei que aquele olhar sacana jamais fugisse do meu.
Me atordoava com a boca que implorava um beijo, mesmo sem movimento algum.A luz brilhava na barba dourada que, perfeitamente simétrica, cobria parte do rosto grego.
No peitoral suado e sem camisa eu podia contar os pelinhos arrepiados.Sentia o cheiro dele de onde eu estava e imaginei a sua mão grande passeando pelos meus cabelos espalhados no seu travesseiro.Era um verdadeiro poço de luxuria com o botão da sua calça jeans aberto.
Foi o dia que eu me perdi.

O transito acelerou.Virei pra trás e meu coração fraquejou ao ver que ele continuava a me olhar com a mesma cara de desejo e tentação.
E assim ele continua a me olhar todos os dias quando eu passo em frente àquele maldito outdoor de jeans na Amazonas, que me deixou perdida.

Ah se meu dinheiro desse...
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